História – Assassinato na Rua Direita – Sabará

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Em 1858 aconteceu o julgamento das escravas Rosa e Peregrina, em Sabará. Elas haviam sido acusadas da morte de Maria do Carmo Pinto Teixeira (sua patroa), casada com o brigadeiro Jacintho Pinto Teixeira, moradores na rua Direita.

O assassinato ocorrera de forma brutal, com golpes de machado e mão-de-pilão  e contou também com a participação das escravas Luísa, Tecla, Balbina, Quitéria e Jesuína, embora apenas Rosa e Peregrina tenham sido condenadas à pena capital.

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Tudo começara depois de sinhá Maria do Carmo ter comprado escrava nova, justamente a bonita Rosa, possuidora de lindos dentes e belo sorriso. A patroa, embora fosse também mulher formosa, ao mesmo tempo era ciumenta e ruim feito uma caranguejeira. Por isso mesmo, a recém-chegada teve falta de sorte ao fazer brilhar os olhares do patrão, o que despertara ciúmes na patroa.

Bastou então que Jacintho saísse em viagem e Maria do Carmo passou a executar um plano elaborado em sua mente doentia. Mandou seus capangas arrancarem os dentes de Rosa e, no retorno do marido, entregou-lhe numa bandeja o presente macabro. Aliás, quando queria amainar os ciúmes que tinha das serviçais, ela já tinha por hábito praticar outra sorte de maldade.

O enforcamento ocorreu no dia 14.04.1858, em patíbulo montado no terreno das catacumbas, situadas em frente à igreja de Nossa Senhora do Carmo.

Anotação do sepultamento das rés Rosa e Peregrina, escravas do brigadeiro Jacintho.
Anotação do sepultamento das rés Rosa e Peregrina, escravas do brigadeiro Jacintho.

Daquela feita, o carrasco agiu afobadamente e com desleixo, porque, logo após o enforcamento, ao recolher-se o corpo de Rosa, constatou-se que ainda estava viva. Diziam que Fortunato(que era o matador profissional) não gostava de enforcar mulheres, pois se abalava ao ver o desespero estampado em seus rostos. Infelizmente, naquele caso, cometera lamentável descuido ao apertar o laço e, por isso, teve de retornar com Rosa ao cadafalso para finalizar o serviço, assim aumentando o próprio sofrimento.

por Eduardo de Paula

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