Um ano após operação do Estado com as polícias Federal e Militar que pôs fim à atividade mecanizada de garimpo ilegal, o Jequitinhonha, que corta 63 municípios mineiros e sete baianos, volta a apresentar melhoria nos índices de qualidade de sua água.
Em um deles, o de turbidez, que mostra o nível de partículas em suspensão, teve redução de 87%, revelando uma água mais límpida na porção a jusante do garimpo, localizado nos municípios de Diamantina e Couto Magalhães.
A retirada do maquinário pesado que degradava o leito do rio, na região conhecida como Areinha e adjacências, foi em abril de 2019, quando a Polícia Federal desencadeou a Operação Salve o Jequitinhonha, com apoio direto da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e da Polícia Militar (PMMG).
Redução expressiva
Passados 14 meses desse trabalho dos poderes públicos estadual e federal, levantamento do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) mostra que a situação mudou. O estudo, que analisou a água em um ponto 70 quilômetros a jusante da área degradada pelo garimpo, em Olhos D’água (Norte de Minas), mostra a redução expressiva na turbidez. O indicador passou de 131,25 NTU para 18,4 NTU, uma queda de 87%, levando em consideração a média dos quatro últimos resultados medidos durante a fiscalização e um ano depois.
O secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Germano Vieira, lembra que são as pessoas da região as melhores testemunhas dessa mudança. “É com muita satisfação que recebemos, de quem realmente vive no local, as notícias das melhorias após a Operação Salve o Jequitinhonha. Além de levar qualidade de vida para as pessoas, a fiscalização também proporciona uma melhora considerável e significativa da qualidade ambiental”, destaca.
Para a diretora-geral do Igam, Marília Melo, esse é um resultado muito significativo para a saúde do manancial e, consequentemente, para a população que mora às suas margens. “Essa redução da turbidez é um indicativo muito importante não só para o Governo, mas para toda a população mineira que vive às margens do Jequitinhonha e precisa dos recursos desse importante curso d’água que corta Minas Gerais”, afirma.
Marília ainda destaca que os dados demonstram a relevância do monitoramento de qualidade das águas como ferramenta para direcionar ações e para validar a efetividade da gestão e da fiscalização ambiental em Minas Gerais.
O levantamento realizado pelo Igam reforça os relatos de moradores ribeirinhos sobre as águas limpas, especialmente a jusante do antigo garimpo, na porção do chamado Alto Jequitinhonha. Essa divisão vai desde as nascentes do rio, no município do Serro, na região Central de Minas, até o reservatório da Usina Hidrelétrica de Irapé, em Grão Mogol, no Norte do estado.