Após quase 30 anos, a imagem barroca de Nossa Senhora do Carmo, furtada em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, finalmente retornará à cidade. A peça, datada do século 18 e com 38 centímetros de altura, foi roubada em 11 de janeiro de 1995 da Igreja Nossa Senhora do Carmo, situada no Centro Histórico, que, assim como seu acervo sacro, é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A cerimônia de retorno ocorrerá no dia 17, às 18h.
O resgate da imagem foi possível graças ao trabalho da Coordenadoria das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais (CPPC/MPMG). A recuperação teve início após uma denúncia registrada no sistema Sondar, uma plataforma digital que monitora bens culturais desaparecidos e recuperados em Minas Gerais. A denúncia apontava a venda da peça em um site de uma casa de leilões em Campinas (SP), o que levou o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) a abrir uma investigação e tomar as medidas necessárias para recuperar a obra.
O promotor de Justiça Marcelo Azevedo Maffra, coordenador da CPPC/MPMG, destacou que o combate ao roubo e ao comércio ilegal de bens culturais é uma das prioridades do órgão. Ele ressaltou o desenvolvimento de novas ferramentas para reprimir esses crimes e garantir a identificação dos criminosos, bem como o resgate de obras de arte e antiguidades retiradas indevidamente de seus locais originais.
Sondar
A plataforma, lançada em 2021, reúne objetos mineiros desaparecidos, recuperados e restituídos, pode ser acessada pela internet, por meio de computador, tablet ou celular, e disponibiliza um acervo de cerca de 2.500 bens culturais mineiros, como documentos e peças de arte sacra.
O sistema foi desenvolvido pelo MPMG em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e oferece recursos que permitem a contribuição ativa das comunidades e oferece recursos que possibilitam: adicionar novas informações sobre os bens cadastrados; solicitar a inserção de bens desaparecidos em sua cidade; informar sobre a localização de um bem desaparecido; realizar a restituição voluntária de um objeto de valor cultural, além de denunciar vendas ilegais ou suspeitas.
Também é possível enviar fotografias, áudios e vídeos para contar, com suas palavras, como um bem cultural desaparecido é importante para sua comunidade. A proposta da ferramenta é intensificar a participação das comunidades na preservação e proteção de objetos de interesse cultural, colocando em suas mãos uma ferramenta ágil, prática e eficiente para a defesa do patrimônio cultural de Minas Gerais.