A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) desmantelou uma organização criminosa suspeita de aplicar o golpe do falso emprego, em um escritório no Centro de Belo Horizonte. Durante a ação policial, 19 mulheres e dois homens foram autuados em flagrante por estelionato e encaminhados para o sistema prisional. Das 21 pessoas presas, duas são consideradas líderes do grupo.
De acordo com a delegada Ana Paula Kich Gontijo, titular da 4ª Delegacia de Polícia Civil Centro, as investigações começaram na última semana após uma vítima denunciar o caso. “Ela relatou que foi contactada por uma empresa que se apresentava como agência de empregos. A vítima se dirigiu à empresa e, logo após a entrevista, foi garantida a ela uma vaga”. A delegada ainda acrescenta que “depois disso, a funcionária disse que havia a necessidade de a vítima realizar o curso de capacitação para iniciar o trabalho. E ela deveria pagar o valor de R$ 450”.
Diante da denúncia, a equipe da unidade policial foi até o local. “Chegando à empresa, a equipe se deparou com os 21 funcionários e seis vítimas. Os funcionários foram conduzidos para a delegacia e autuados em flagrante. As vítimas prestaram declarações e manifestaram pela representação criminal”, detalha Ana Paula.
A delegada destaca a importância da representação criminal para o êxito da ação. “No crime de estelionato, de acordo com a legislação atual, a vítima precisa fazer a representação criminal para o início da investigação. Não basta apenas a notícia do crime, o registro de ocorrência. A vítima tem que formalizar essa representação. E nesse caso, a vítima que procurou a delegacia na semana passada e as seis pessoas que estavam no local – que devido à ação da PCMG impediu a consumação do estelionato – também representaram. Por isso, pudemos concluir essas prisões”, ressalta.
Segundo apurado, as vagas eram captadas de sites especializados, mas o escritório não tinha qualquer relacionamento com a empresa ofertante. Depois que as vítimas efetuavam o pagamento do curso, não eram encaminhadas para as vagas. A ação consistia na venda de curso com a promessa de início imediato em uma vaga de emprego. “Os golpistas utilizam dados obtidos na internet para a captação das vítimas. O valor cobrado pelo curso dependia da análise da capacidade financeira de cada vítima e variava de R$ 150 a R$ 1,5 mil”, revela Ana Paula.
A delegada ainda pontua algumas dicas para as pessoas não caírem nesse tipo de golpe. “O alerta é para ter atenção quanto à oferta de emprego. Qualquer anúncio que supervaloriza o salário é motivo para ficar atento. Em um processo seletivo, outros candidatos participam e a contratação não é imediata. Em regra, não se paga por curso antes de se iniciar o trabalho. As pessoas devem fazer pesquisa sobre as empresas. Entrar em contato com a empresa à qual se destina essa vaga e ver se ela tem vínculos com a empresa que está ofertando a vaga”, orienta.
A ação foi realizada pela equipe da 4ª Delegacia de Polícia Civil Centro, pertencente ao 1º Departamento de Polícia Civil em Belo Horizonte. Houve apoio da Guarda Municipal de Belo Horizonte para a condução dos envolvidos à delegacia.