Prefeitos ameaçam romper contratos e processar Copasa

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Insatisfeitos com os serviços prestados pela Copasa (Companhia de Saneamento de Minas), prefeitos ameaçam acionar a Justiça e romper o contrato com a estatal, seguindo o exemplo de Pará de Minas (Oeste). A maior queixa é com a falta de água e a cobrança de tratamento de esgoto em locais onde o serviço não é prestado.

O prefeito de Bom Despacho (Centro-Oeste), Fernando Cabral, disse que 25% do esgoto do município é lançado no rio. “Estamos causando problema ambiental sério na vizinha de Martinho Campos, que precisa tratá-lo a um custo alto”, relatou Cabral. O ex-prefeito Antônio Júlio observou que os problemas são antigos e que, por isso, rompeu com a empresa em sua gestão em Pará de Minas (2013/2016). “Os prefeitos precisam ter coragem”, disse.

A insatisfação foi manifestada durante audiência pública da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembleia Legislativa, realizada nesta segunda (23). Há deputados colhendo assinaturas para instalar CPI da Copasa na Assembleia Legislativa, como já fazem alguns municípios.

De acordo com o prefeito de São Sebastião do Paraíso (Sul), Walker Américo Oliveira, atualmente, há tratamento de apenas 50% do esgoto, mas o serviço é cobrado há alguns anos. “Pior é que a empresa ainda deixa despesas porque corta várias ruas para realizar o serviço e não arruma da melhor forma”, reclamou.

Já o prefeito de Extrema (Sul), João Batista Silva, contou que, em todos os feriados deste ano, a população ficou sem água. “Já tomei minha decisão. Temos que partir para o enfrentamento, com o apoio da Justiça e da população”, adiantou.

Segundo o prefeito de Arcos (Centro-Oeste), Denilson Francisco Teixeira, se os compromissos não forem cumpridos, ele também vai recorrer à Justiça e romper o contrato. Em Curvelo, foi instalada CPI para investigar a atuação da estatal no município.

O diretor de Operação da Copasa, Gilson Queiroz, disse que a atual gestão encontrou um passivo enorme em relação a compromissos assumidos, além de caixa vazio. Ele também disse que a Copasa reduziu diretorias e cargos para minimizar custos e possibilitar investimentos. Nesse sentido, a previsão de investimentos para 2017 totaliza R$ 450 milhões e, para 2018, R$ 577 milhões, considerando também a Copanor, subsidiária que atua no Norte de Minas. “Obras de saneamento não se fazem da noite para o dia”, afirmou.

(*) Jornalista político; leia mais no www.blogdoorion.com.br por Orion Teixeira

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