Na manhã de segunda-feira (28/8), cerca de 50 agentes da Polícia Civil se mobilizaram para executar mandados de busca e prisão em Sabará, Belo Horizonte, Sarzedo e Esmeraldas. A ação policial, denominada Operação Hefesto, resultou na detenção de cinco indivíduos, cujas idades variam entre 22 e 48 anos. Eles são suspeitos de participação em um esquema de furto de minério das linhas ferroviárias de Minas Gerais.
A investigação, liderada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), teve início em janeiro deste ano, logo após a apreensão de um caminhão carregado com minério. Esse incidente foi seguido por um acidente ferroviário, no qual um trem carregado de ferro gusa descarrilou a caminho do porto de Vitória. As autoridades intensificaram suas diligências, levando à identificação dos suspeitos, como explicou o delegado regional em Sabará, Luciano Guimarães.
Conforme as investigações revelaram, os suspeitos operavam abrindo as comportas dos vagões ferroviários (localizadas sob eles), permitindo que o minério fosse derramado ao longo dos trilhos. Um grupo subsequente recolhia o material, depositando-o em um caminhão. Ao mesmo tempo, outro time mantinha vigilância sobre os guardas ferroviários e as forças policiais.
“Isso acontecia em cerca de 30 a 40 vagões. Quando a comporta era aberta após o enchimento do vagão, ele ficava vazio, causando um desequilíbrio na composição e levando ao descarrilamento”, detalhou o delegado Guimarães.
Ele destacou que o perigo não estava apenas no furto do valioso ferro gusa, um minério com grande valor no mercado e de fácil comercialização, mas também no método de atuação da quadrilha, que poderia resultar em acidentes graves. O delegado enfatizou que, se um vagão descarrilasse em uma área urbana densamente povoada, os resultados poderiam ser catastróficos. Em regiões com viadutos, a ação criminosa poderia resultar até mesmo na queda do trem de altas altitudes.
Luciano Guimarães também revelou que, em cada investida, os suspeitos conseguiam desviar até 15 toneladas de minério. Durante interrogatórios, um dos detidos admitiu que as empresas receptoras desse produto chegavam a pagar até R$ 1 por quilo de ferro gusa furtado.