Conheça um pouco a história de dois personagens importantes de Sabará.
por Eduardo de Paula.
Fato inusitado ocorreu durante a Revolução Liberal de 1842, uma pessoa morreu de susto. É o que revela o registro paroquial de óbito, lavrado em 21 de agosto, na igreja matriz de Sabará. A falecida residia na vila de Sabará, próxima a Lagoa Santa e Santa Luzia – as três comunidades estavam envolvidas nos conflitos –, cujo desfecho final deu-se na batalha de Santa Luzia, no dia 20 de agosto. O documento é precioso, pois auxilia no resgate de algumas histórias de família.
Cena imaginária: dois Anastácios em frente a igrejinha do Ó, em Sabará. (Fundo por Wilde Lacerda)
Assim escreveu(1) o vigário encomendado João Alves Pacheco:
“… Dona Francisca Marcianna de Assis e Castro, casada com o Capitão Anastácio José Gonçalves de Abreu, brancos, faleceu, segundo constou, de susto da revolução, por essa mesma causa, sem sacramento, porque estava distante da cidade e não se podia então andar pelos caminhos, foi de licença minha acompanhada e encomendada pelo Reverendo Vigário Manuel Roberto da Silva Diniz e mais sacerdotes…”
Mas o que levou esta senhora ao fatal evento? Quem era essa gente? Muitas respostas estão no campo da imaginação, depois há que seguir a trilha documental para ir decifrando mistérios.
Francisca, ainda bebê, foi “exposta” ao casal doutor Manuel da Guerra Leal de Souza e Castro. A adoção de recém-nascidos, cujas mães por vários motivos não podiam criar e que denominavam “expostos”, era muito frequente(2). Ao batizá-los, por vários motivos atribuíam patronímicos inventados. Havia muito gosto por aqueles de inspiração religiosa, tais como Batista, Assis, Paula, Agostinho e até o primeiro nome Maria do Nascimento – muito usado para meninas expostas –, e por aí afora. Não acrescentavam o patronímico da família receptora, mas o sobrenome da mãe podia ser incorporado. Portanto, fica difícil, senão impossível, saber a ancestralidade de dona Francisca Marcianna, apenas com a pista do seu “Assis e Castro”.
Soledade: capela do batismo de Anastácio José, padrinho Anastácio das Neves.
BOM COMEÇO
Com Anastácio José foi diferente, nasceu em berço de ouro, em uma família da elite sabarense, filho do tenente-coronel José Gonçalves de Abreu(3) e de Ana Maria da Conceição. Ouvindo relatos orais, seus avós paternos seriam Luiz de Abreu e Marianna Velloso (veja quadro ao final). Foi batizado na capela da Soledade e a escolha do nome denota uma homenagem do pai ao padrinho, sargento-mor Anastácio das Neves:
“Em onze de Dezembro de mil setecentos e setenta e sete na Capela de Nossa Senhora da Solidade, […] o Reverendo Joao Faustino de Oliveira Fontoura […] baptizou, e poz os Sanctos oleos a Anastacio innocente, filho legitimo do Tenente Coronel Joze Goncalves de Abreo, e de sua mulher Dona Anna Maria da Conceição, foi padrinho o Sargento Mor Anastacio das Neves, solteiro, todos dessa Freguezia, nasceo em vinte e trez de Novembro do ditto anno de que se fez este assento, que assignei. O Coadjutor Antonio d´Affonceca Vasconcellos ”
Patente de capitão de Anastácio José, assinada pelo governador Ataíde e Mello.
A VIDA CONTINUA
Perto de completar vinte e oito anos – era ainda o período colonial –, Anastácio José ganhara a patente de capitão, em 30.07.1805, para comandar a 2a Companhia de Ordenança de Lagoa Santa, freguesia de Santa Luzia, termo da vila de Sabará, substituindo Joaquim da Costa Vianna. Liderava um efetivo de sessenta soldados, tendo como auxiliar imediato o sargento-mor José de Araújo da Cunha Alvarenga e mais alguns oficiais, servindo ao governo do reinado(4) de d. Maria I, que estava sob o comando de d. João VI, príncipe regente. A patente foi atribuída por carta, assinada pelo governador da província, Pedro Maria Xavier de Ataíde e Mello.
Registro de casamento de Anastácio José e Francisca.
O casamento de Anastácio e Francisca foi celebrado, no dia 16.07.1810, na capela da Senhora do Carmo, filial da Catedral de Mariana, e ela manteve o sobrenome de solteira. O registro(5) esclarece muita coisa:
“… receberão-se em Matrimonio […] o Capitão Anastacio Joze Goncalves de Abreo, filho legitimo do Tenente Coronel Joze Gonçalves de Abreo […] e Dona Anna Maria da Conceição, natural, baptizado, e morador nesta Freguesia de Sabará, e Dona Francisca Marcianna de Assis e Castro, exposta em casa do Doutor Manuel da Guerra, natural, e baptizada na Cathedral da Cidade de Marianna, e presentemente moradora na Freguesia dos Prados…”
Duas correspondências de apoio a d. Pedro I, assinadas pelo vereador Anastácio José. (Revista do APM)
O capitão Anastácio José participou do círculo do poder da comarca e sempre exerceu atividade pública e política. Foi Inspetor Geral da Intendência e, durante algum tempo, substituto do juiz de órfãos(6). Pelo ano de 1821, o Brasil já vivia turbulências que redundariam no grito de independência e D. Pedro I, ainda príncipe regente, fez uma breve viagem a Minas Gerais. A câmara de vereadores de Sabará, antecipando a sua chegada a Vila Rica, cuidou de oficiar-lhe as boas-vindas e Anastácio José foi um dos quatro que assinaram o documento. Naquela oportunidade, manifestaram solidariedade ao príncipe regente, através de outro ofício, que foi entregue em Vila Rica. Os signatários foram: o juiz Manuel de Freitas Pacheco, Francisco José dos Santos Brochado, Anastácio José Gonçalves de Abreu e Sebastião da Silva Leão e Lucenna, em 06.04.1822.
Em 29.09.1821, d. João VI − pai de d. Pedro I − lavrara um decreto, em Portugal, alterando a administração das capitanias e criando as províncias brasileiras, que seriam governadas por juntas provisórias. Desde então, o país passou a viver em clima de descontentamento. Em 09.04.1822, a câmara de vereadores de Sabará manifestou seu repúdio ao decreto e lamentou sobre seus efeitos. Em ofício, onde constou a assinatura de Anastácio José, pediram:
“revoguem o Decreto […] que nos reduzia ao estado de míseros Colonos, protestando que toda a ulterior deliberação que nosso respeito tomar o Congresso de Portugal, não possa produzir efeito neste Reino do Brasil, sem que obtenha a sansão do Príncipe Regente, ouvido o Conselho de Estado […] / Sabará, em Câmara Geral de 9 de Abril de 1822…”
Ataíde e Mello e o regente d. João VI. Ao fundo, detalhe do texto da carta patente de Anastácio José.
Em 7 de setembro de 1822, d. Pedro I levantou sua espada e gritou: “Independência ou morte!” Naquele momento, Anastácio José estava como vereador em Sabará e, no dia 22 do mesmo mês, aplaudiu o novo imperador, assinando junto com seus pares um documento enaltecendo a determinação de Sua Alteza. O capitão esteve sempre ao lado dos conservadores, mas era nacionalista.
Quando Francisca faleceu, Anastácio José estava velho, chegando aos sessenta e cinco anos de idade e, obviamente, não teria condições de entrar em combate junto as tropas comandadas pelo duque de Caxias. Mas isto não o eximia dos riscos de ser alvo dos inimigos políticos e, da mesma maneira, os seus familiares. Havia motivos para sua mulher ficar tão estressada, a ponto de morrer de susto. Embora as forças governamentais tenham saído vitoriosas, o alívio não foi suficiente para superar a dor da viuvez e, sete meses depois (19.04.1843), ele também veio a falecer.(7)
Registro de falecimento do capitão Anastácio José.
A FAMÍLIA
De Anastácio José são conhecidos cinco irmãos: Josefa Maria, Gonçalo, Marianna, Anna Joaquina e o capitão José Gonçalves de Abreu (filho) – mesmo nome do pai – marido de Rosa Maria de São Félix. Eles viveram na vila de Raposos e, também, no arraial de Manga. É possível que ali estivera prestando serviços militares, pois a localidade, situada no alto médio rio São Francisco, sempre foi ponto importante na rota de tropeiros, por ser um entreposto comercial, principalmente de distribuição de sal para toda a comarca. Do casal José Gonçalves de Abreu e Maria Rosa, é conhecido o filho Anastácio Symphronio Gonçalves de Abreu, que tronou-se famoso médico e político.
Os Gonçalves de Abreu tinham a política no sangue e foram homens públicos influentes na comarca de Sabará. A família era numerosa e sempre teve ativa participação na vida da comunidade. Com o correr do tempo, os descendentes foram se transferindo para várias localidades mineiras.
Registro de batismo de Maria Isabel.
A filiação de Anastácio Symphronio é revelada pelos registros(8) de batismo de dois filhos, Maria Isabel e Duarte. O primeiro documento diz:
“… Maria Isabel f.ª (filha) legitima do Dr. Anastacio Symphronio de Abreu e D. Anna Flavia de Abreu, neta pelo lado paterno de José Gonçalves de Abreu e D. Roza Maria de S. Felix…”
E, o segundo, faz também referência a patente militar do progenitor:
“Duarte f.º lem.º (legítimo) do Dr. Anastacio Symphronio de Abreu […] netto pela parte paterna do Cap. José Gonçalves de Abreu...”
MÉDICO PIONEIRO
Anastácio Symphronio, depois de se formar em medicina, conseguiu se matricular na Universidade de Erlagen, na Alemanha. Desde então, passou a colecionar sucessos, primeiramente com sua diplomação pela famosa escola, o que foi motivo de orgulho não só para a família, mas para todo o povo da pequena Sabará. Em seguida, se notabilizou defendendo a tese, na área da oftalmologia, intitulada “Nouveau Procédé por la réclinaisson-dépression de la catarate”.
Três páginas iniciais da tese sobre cirurgia da catarata.
Ao publicar o trabalho, na folha de abertura lançou dedicatórias, homenageando pessoas queridas, a maioria parentes. O texto é esclarecedor sobre os liames familiares:
“a memória do meu bom pai e de minha terna mãe − Praza a Deus, manes(9)para sempre queridos, que durante minha existência nesse mundo de vicissitudes, eu saiba conservar dignamente o nome que me deixasteis);
[Pais: José Gonçalves de Abreu & Rosa Maria de São Félix.]
a meus irmãos e a minha irmã;
[Por enquanto são desconhecidos]
a minha respeitável tia M. J. Pereira da Costa(10), testemunho de minha gratidão sem limite;
[Tia: Maria Josefa Pereira da Costa, irmã de Anastácio José Gonçalves de Abreu, que consta em um documento eclesiástico com o nome Josefa Maria Gonçalves da Costa. É mãe de José Pereira da Costa.]
a meu primo e amigo J. P. da Costa;
[Primo: furriel José Pereira da Costa, filho de Maria Josefa Pereira da Costa, casado com Júlia Hypólita Pereira da Costa / A filha do capitão Anastácio José (Maria Leopoldina da Conceição) casou-se com o filho de José Pereira da Costa (José Pereira da Costa Júnior, o Ruivo).]
a minha prima J. H. P. da Costa;
[Prima: Júlia Hypólita Pereira da Costa, +24.07.1882, casou-se com José Pereira da Costa. Filha de Anna Joaquina Balbina do Nascimento, irmã de Anastácio José casou-se com o tenente Manuel Hypolito da Silva Pereira.]
ao senhor J. P. da Silva;
[João Pereira da Silva (?), casado com Joana Augusta Teixeira de Vasconcelos, filha de José Teixeira da Fonseca de Vasconcelos – visconde de Caeté.]
Folhas de abertura da tese, com dedicatórias.
ao meu respeitável mestre e amigo Florent Cunier […] tributo da mais alta estima, amizade e reconhecimento; ao meu amigo e colega […] J. da Silva Pinheiro Freire, sinal de amizade; ao meu amigo e colega […] F. A. Rosas, como sinal da mais sincera amizade e gratidão.”
A família Pereira da Costa era entrelaçada com a Gonçalves de Abreu, como está evidenciado no registro(11) de falecimento de um escravo, ligado a ambas:
“Aos vinte e oito de Março de mil oitocentos e quarenta e dois, no Cemiterio deste Arraial de Santa Luzia, se sepultou Manoel Joaquim, crioulo, escravo, de Anastácio Gonçalves de Abreu, em casa de José Pereira da Costa, de vinte e dois anos, que faleceu desastradamente e foi paroquialmente encomendado…”
Vínculo familiar: escravo de Anastácio José falece em casa de José Pereira da Costa.
CARREIRA MÉDICA
Em seguida a defesa da tese, dr. Symphronio passou a acumular títulos. Foi médico-adjunto do Instituto Oftálmico de Bruxelas, membro correspondente da Sociedade médico-cirúrgica de Bruges, da Sociedade de Medicina Prática da Província de Anvers (em Willebroek), da Sociedade de Ciências Médicas e Naturais de Malines. Em 1845, publicou um resumo dos trabalhos produzidos, em 1844, pela clínica do seu mestre Florent Cunier.
Ao revalidar seu diploma, no retorno ao Brasil, publicou um pequeno texto(12), intitulado “Da syphilis e dos meios prophylacticos”. Desde então, não poupou esforços para implantar na sua terra as coisas boas que conhecera na Europa. Com muito idealismo, se esforçou trabalhando pelo progresso de Sabará. Foi um dos introdutores, no Brasil, da anestesia com o uso do clorofórmio. Atuando no hospital da cidade, disponibilizou o material e divulgou a técnica que conhecera na Europa. No dia 25.03.1849, em ata da Câmara Municipal(13), comunicou-se que o médico estava oferecendo, ao hospital de Sabará, o anestésico que trouxera consigo:
“O Dr. Symphronio, em officio, offerece, gratuitamente, o Cloroformio e o competente apparelho para servir aos operandos da Santa Casa.”
Até então, usava-se o éter como anestésico, que foi utilizado na primeira intervenção cirúrgica de anestesia geral, em 16.10.1846, por John Collins Warren, em Boston (USA). Foi substituído pelo clorofórmio e a primeira anestesia geral com ele foi realizada por James Simpson, em 1847, na Inglaterra. No Brasil, o pioneiro no seu emprego foi o prof. Manuel Feliciano Pereira de Carvalho, em procedimento na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, no dia 18.02.1848. Conclui-se que foi o dr. Symphronio quem introduziu a técnica pioneira nas terras de Minas Gerais, cerca de um ano depois.(14)
Resumo de autoria do doutor Anastácio Symphronio.
O HOMEM PÚBLICO
A par da sua competência como médico, Anastácio Symphronio possuía uma mente iluminada, ao focar os problemas sociais da comunidade e buscar as soluções. Focou suas prioridades em melhorias nas áreas de saúde, educação e amparo aos desvalidos. Ao mesmo tempo, atuou vigorosamente na política, como vereador e, depois, como deputado na assembleia provincial. Viveu com um olhar no futuro e procurou introduzir, na sua terra os avanços na área social e da saúde.
Uma das suas importantes iniciativas foi a criação do Colégio de Emulação Sabarense, cujo próprio nome mostra a que viria. Emulação é o “sentimento que leva o indivíduo a tentar igualar-se a ou superar outrem”. Foi também mordomo (administrador) da Irmandade da Misericórdia(15), cujas ações visavam amparar as crianças expostas, os órfãos e os pobres, de modo geral. Além disso, incentivava a cultura como ferramenta para o desenvolvimento pessoal. Atuou como inspetor e diretor do círculo literário, foi membro de bancas examinadoras de professores e alunos, e dirigiu o externato da cidade.
A criação de uma Casa de Expostos, para receber também crianças órfãs, foi um dos seus projetos mais ambiciosos. Para tanto, procurou envolver a sociedade sabarense e o poder público na viabilização da sua ideia, contando com o fundamental suporte das mulheres. O regulamento(16), que foi criado para a instituição, sob a égide da Câmara Municipal, explica:
“Art. 1º – Como as senhoras são muito mais próprias para […] tratamento das crianças […] criar-se-á, nesta cidade do Sabará, uma Sociedade, que se denominará Benificência das Senhoras Sabarenses, que tenha a seu cargo vigiar tudo a que pertencer aos Expostos que houver neste Município…”
Interesses divergentes, os mais variados, lamentavelmente levaram a Casa dos Expostos a ter vida curta. Assim, frustrou-se um dos maiores sonhos de Symphronio. Sua luta permanente foi pelo aperfeiçoamento humano, mas também os animais mereciam o seu carinho. Certa feita, quando desejou retirar o imundo matadouro da área urbana, manifestou-se(17) sobre o mau trato aos bichos:
“… nos paizes civilizados, o governo intervem […] na fiscalização […] existem regras publicas para ser por todos observadas e que ninguem infringe impunemente […] existem preceitos hygienicos […] em muitos lugares desta provincia, como na cidade de Sabará, não podia a câmara municipal […] olhar com indiferença o modo desumano e bárbaro a que erão expostas as rezes durante 8 dias…”
O matadouro tinha “quatro arruinadas paredes” e os animais ficavam sob chuva e sol, sem alimentação adequada, chegavam a ficar com a “barriga pregada no espinhaço”, além de apresentar o pelo “arrepiado”. A lama, no período chuvoso, impedia as reses de se deitarem e, para completar o quadro, seriam alguns animais, já sem forças, encaminhados para o abate. Eram mais cadáveres para serem enterrados, do que para servirem de alimento aos homens.
Anastácio Symphronio eleito para a Assembleia Legislativa (1856-1857).
Durante longo período, Symphronio batalhou na política, tentando por em prática seus ideais a favor de uma sociedade mais justa e progressista. Os embates com opositores sucederam-se e houve um momento que sentiu-se decepcionado com as dificuldades que lhe impunham. É admirável a modernidade das suas ideias, tanto que, passados quase dois séculos, ainda valeriam como modelo para os verdadeiros homens públicos. Existe farta documentação, na Casa de Borba Gato (Sabará) e no Arquivo Público Mineiro (Belo Horizonte), sobre sua atuação como médico e político.
Capela de Santana, no Arraial Velho, onde Anastácio Symphronio casou-se com Anna Flávia.
O CASAMENTO
Quando Anastácio Symphronio Gonçalves de Abreu se casou, em 09.01.1847, com Anna Flávia Nogueira da Gama, montou residência na freguesia de Raposos, próxima a Sabará. A cerimônia foi celebrada na capela de Santana do vizinho Arraial Velho. A noiva era filha do coronel Pedro Gomes Nogueira da Gama e Feliciana Rosa Barbosa da Silva, ela neta do capitão Hilário Gomes Nogueira e Maria Josefa Conceição do Nascimento. Gente muito rica e importante do lugar.
Casamento de Anastácio Symphronio e Anna Flávia.
LAÇOS FAMILIARES
Sete meses depois do seu casamento, Anastácio Symphronio ofereceu a residência, em Raposos, para o casamento da prima Maria Leopoldina da Conceição − filha dos tios falecidos capitão Anastácio José e Francisca Marcianna − com o também primo, em segundo grau, José Pereira da Costa Júnior − filho de Júlia Hypolita e de José Pereira da Costa. Como se vê, os noivos eram parentes próximos e o registro(18) confirma as afinidades:
“Aos sette de Agosto de mil oitocentos e quarenta e sette, no oratório das casas de minha residência, as oito e meia horas da noite […] o reverendo João Alves Pacheco, por despacho […] presentes as testemunhas, eu, o Doutor Anastácio Simfronio de Abreu e (o) alferes José Francisco Cruz […] assisti ao Sacramento do Matrimônio (que) celebraram José Pereira da Costa Junior, filho legítimo de José Pereira da Costa e de […] Júlia Hypolita Pereira da Silva; e […] Maria Leopoldina da Conceição, filha legítima do capitão Anastácio Gonçalves de Abreu e (de) Francisca Marcianna de Assis …”
Casamento da filha de Anastácio José em casa de Anastácio Symphronio.
Mais tarde, Júlia Hypolita e seu marido o capitão José Pereira da Costa, e Maria Leopoldina da Conceição, casada com José Pereira da Costa Júnior, parentes e amigos de Anastácio Symphronio, mudaram-se de Sabará para Curvelo. Na nova morada, foram muito bem acolhidos e, através dos filhos que os acompanharam, ali deixaram grande descendência. Os dois retratos, abaixo, mostram o sangue dos Gonçalves de Abreu e dos Pereiras da Costa, são as filhas do casal Júlia Hypolita e do capitão José Pereira da Costa, chamadas Maria Sérgia e Maria Cândida.(19)
Maria Sérgia e Maria Cândida, casadas com os irmãos Felicíssimo e Cândido de Souza Vianna (Por Carlo Penuti)
ALÉM DE SABARÁ
O casal Anastácio Symphronio e Anna Flávia, teve sete filhos: Symphronio, Maria Flávia, Maria José, Maria Isabel, Mário, Duarte e Maria Feliciana. E mais, acrescentaram ao rol das boas ações a adoção da filha Luíza, que lhes fora exposta, tinham então oito filhos para cuidar. Mais tarde, Anastácio Symphronio mudou-se com toda a família para a vila de São Pedro de Alcântara − hoje Simão Pereira (MG). A vocação para a medicina e a política foi repassada ao filho Duarte, que viveu e fez carreira em Juiz de Fora (MG), cidade próxima (vide destaque abaixo).
O patriarca faleceu em São Pedro de Alcântara, em 1883, deixando viúva d. Anna Flávia e, entre os filhos, um dependente, o Symphronio, que ficara cego. Anastácio Symphronio morrera onerado de dívidas e deixou pouquíssimos bens, entre eles alguma coisa em Sabará, como mobília de casa, livros e três casas − em litígio − no alegre arrabalde chamado Fogo Pagou(20), na rua da Cadeia. O bom homem sofreu um triste ocaso.
A risonha Sabará. (Gravura de Hartmann, 1922/23)
UMA VILA RISONHA
Tomando as palavras de Hermann Burmeister(21), viajante alemão que esteve em Sabará, no mês de maio de 1851, é possível imaginar o cenário onde se desenrolaram a maioria dos fatos:
“Consiste a vila […] em duas partes: a cidade velha, no vale do rio Sabará e a cidade nova […] no ângulo da confluência deste com o das Velhas. A primeira é mal construída e habitada por gente de cor; na segunda, a população é mista e as construções são boas, havendo aí grande número de lojas e vendas […] Calcula-se em 6.000 mil almas e existem cerca de 900 casas. A parte velha é formada por uma longa rua, em cujo centro fica a praça principal, com a matriz de Nossa Senhora da Conceição. […] Sabará causa, em geral, uma boa impressão. Mais limpa e risonha que Ouro Preto.”
Na alegria e na tristeza, foi na encantadora Sabará que se desenrolou quase toda a história dos dois Anastácios, um José, outro Symphronio.
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DUARTE, uma história a parte.
Nascido e batizado em Sabará, no dia 17.07.1860, na capela de Santa Rita(22), seguiu os passos do pai. Era um homem inquieto e de muitas habilidades, foi médico, político, fazendeiro e tabelião. Presidente da Câmara Municipal de Juiz de Fora, deputado federal, oficial do 2º Ofício de Registro de títulos e documentos do Distrito Federal (Rio de Janeiro) e proprietário da fazenda Santo Antônio.
O médico Pedro Nava, em inúmeras páginas do seu livro de memórias “Baú de Ossos”, relembra com admiração o amigo Duarte. Aqui um trecho(23):
“… casa acolhedora era a do Dr. Duarte de Abreu. Meu Pai tinha fascinação por ele e acompanhava-o na política municipal. Ele respondia com aquela amizade que foi uma das heranças que minha mãe, meus irmãos e eu tivemos de meu Pai. Morto este e quando o Dr. Duarte mudou-se para o Rio, nunca vim a esta cidade que não fosse visitá-lo a seu cartório na rua do Rosário. […] Sempre eu saía do cartório, convidado pelo Dr. Duarte para jantar na sua casa, que era então no centro da cidade, a rua de Santa Luzia. Mas… voltemos a Juiz de Fora […] Morava na rua de Santo Antônio, esquina de Imperatriz, exatamente na casa que fora em tempos de meu Avô e onde nascera minha Mãe. […] se entrava por uma porta de dois degraus que abria, diretamente, em um corredor. Dum lado a sala de visitas e, do outro, o escritório do Dr. Duarte. Ao fundo, a sala de jantar. Nesta me lembro de Dona Albertina (mulher de Duarte) trabalhando na ornamentação de dois jarrões de barro […] Era uma senhora seca, espigada, sempre escrupulosamente arranjada, sem um refego desarrumado na blusa ou madeixa fora do lugar. Muito clara e de cabelos escuros, apesar de sua origem estrangeira. De solteira, seu nome era o Weguelin que passou para os seus filhos: Raul Weguelin de Abreu, moço bacharel, e Sílvio Weguelin de Abreu, oficial da marinha…”
No dia 04.03.1928, chegando na estação do Brás, em São Paulo, procedente de Poços de Caldas, o doutor Duarte teve um ataque fulminante e faleceu, antes de completar sessenta e oito anos de idade.
Século XX – No primeiro ano da nova era, Maria Leopoldina, filha de Anastácio José, ofereceu sua residência, em Curvelo, para uma cerimônia matrimonial(24). Curiosamente, a história se repetia, tal como no seu casamento, realizado em casa de Anastácio Symphronio, cinquenta e três anos atrás, em Raposos. A motivação foi a mesma, tendo em vista que os pais da noiva já haviam falecido. Era Virgínia Vianna (*10.02.1883), filha de Maria da Glória Pereira da Costa e do major João Francisco de Assis de Souza Vianna. Estava se unindo a Alcibíades de Paula, filho de Ritta Cassimira Pereira da Silva e do capitão Evaristo Antônio de Paula. O enlace ocorreu as cinco horas de uma tarde de primavera, em 30.10.1900. Virgínia, era tutelada pelo viúvo da sua irmã Albertina, de nome Clarindo Jorge de Lima, e estava com dezessete anos. Alcibíades com vinte e oito anos de idade (foto acima).
Por Eduardo de Paula via Blog Sumidoiro
Colaboração: Vânia Lúcia de Oliveira e Berta Vianna Palhares Bigarella.
——— Leia também o Post “No alto daquela serra”.
(1) Fonte: Centro de História da Família, filme 1252318, item 5, óbitos em Sabará, Minas Gerais, p. 15v.
(2) Exposto(a) – Criança abandonada pelos pais, ao nascer ou em tenra idade. A enjeitada era recebida em adoção por uma pessoa ou instituição. A alternativa mais dolorosa era colocá-la na “roda dos expostos”, disponibilizadas por algumas instituições religiosas administradas por freiras. Nesse caso, a recém-nascida era colocada em uma pequena caixa giratória, disponível na parede externa do edifício. Junto ao aparato, havia um pequeno sino, usado para alertar os receptores de que ali fora colocada uma criança. O sistema da “roda dos expostos” impedia, definitivamente, a enjeitada conhecer suas origens.
(3) ABREU, José Gonçalves de − Tenente-coronel (c.*1750 +?), filho de Luiz de Abreu e Marianna Velloso; ela filha de João Antônio Velloso e da índia Isabel.
(4) BRAGANÇA − Maria Francisca Isabel Josefa Antônia Gertrudes Rita Joana de − d. Maria I – (* 17.12.1734, Lisboa, + 20.03.1816). No Brasil, é conhecida pelo cognome d. Maria, a Louca, devido a doença mental que se prolongou nos últimos 24 anos de vida. Em consequência, seu filho d. João (*13.05.1767 +10.03.1826) começou a governar a partir de 1792, tornando-se Príncipe Regente a partir de 13 de julho de 1799. Quando teve notícia das tropas de Napoleão caminhando para invadir Portugal, fugiu para o Brasil, em 29.11.1807. Foi coroado Rei de Portugal, em 06.02.1818, dois anos após a morte da mãe. Seu nome completo: João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís Antônio Domingos Rafael de Bragança.
(5) Arquivo da Cúria Metropolitana de Belo Horizonte – Matrimônios, Sabará, 1801/46, fl. 78v e 79: “Aos dezasseis de Julho de 1810 na Capella da Senhora do Carmo, filial da Cathedral da Cidade de Marianna pelas sinco horas, e meia da manhã, feitas as diligencias do estillo, sem se descobrir impedimento algum, como constou da da Provisão do Muito Reverendo Doutor Provisor, e Vigario Geral desta Dioceze, com licença do mesmo em prezença do Reverendo parocho desta Freguezia Joaquim Marianno de Soiza Guerra Araujo Godinho, e dos testemunhas o Doutor Luiz Joze de Godoes, e o Tenente Coronel Antonio d’Affonseca Ferreira, receberão-se em Matrimonio por palavras de presente na forma do Concilio Tridentino, e Constituição do Bispado os Contrahentes o Capitão Anastacio Joze Goncalves de Abreo, filho legitimo do Tenente Coronel Joze Gonçalves de Abreo, e de Dona Anna Maria da Conceição, natural, baptizado, e morador nesta Freguesia de Sabará, e Dona Francisca Marcianna de Assis e Castro, exposta em casa do Doutor Manuel da Guerra, natural, e baptizada na Cathedral da Cidade de Marianna, e presentemente moradora na Freguesia dos Prados. E logo no mesmo acto receberão as Benções nupciaes na forma do Ritual Romano, do que para constar fiz este assento, que assignei. / O Coadjutor Antonio Alves Pacheco”
(6) VAZ, Alisson Mascarenhas − “Bernardo Mascarenhas: desarrumando o arrumado”, Edição Cia. de Fiação e Tecidos Cedro e Cachoeira, 2005, p. 69 (Inventário de Antônio Gonçalves Mascarenhas).
(7) Arquivo da Cúria Metropolitana de Belo Horizonte – Óbitos 1840/75, Sabará, fl. 8v: “Aos dezenove de Abril de mil oitocentos e quarenta e treis nesta Matriz de Sabará se deo sepultura ao Capitão Anastacio José Gonçalves de Abreu, branco, Viuvo, faleceu de hua Constipação fora da Cidade sem Sacramento por não se poder ir ao lugar, aonde estava por causa do tempo, e foi acompanhado, e encomendado por mim, e mais Sacerdotes, de que fiz este assento que assignei. / O Vigario Encomdo. João Alves Pacheco.”
(8) Os registros da neta e do neto esclarecem sobre o pai de Anastácio Symphronio de Abreu — Arquivo da Cúria Metropolitana de Belo Horizonte – Batismos em Sabará, p. 116 v: “Aos vinte e oito de Maio de mil oitocentos e cincoenta e nove, na Matriz do Curral d’El Rei, com licença Parochial, o Rmº. Dr. José Marianno Gomes Baptista solemnemente pôs os Santos Óleos a Maria Isabel, fª. (filha) legítima do Dr. Anastacio Symphronio de Abreu e de Dona Flavia de Abreu, neta pelo lado paterno de José Gonçalves de Abreu e D. Roza Maria de S. Felix e pelo materno do Coronel Pedro Gomes Nogueira e D. Felicianna Roza Barbosa da Silva: forão padrinhos o Te. Coronel Manoel dos Santos Vianna e D. Policena Alexandrina Alcamy* (*?), esta da Freguesia de Curral d’El Rei, e aquele desta Freguesia de q. fiz este assento q. assigno. O Vigr.º Antonio Fermino de Sz. Roussim.” // Batismos em Sabará, fl. 31 v: “Aos dezasete de Julho de mil oitocentos e sesenta na Capella de Sta. Ritta, filial desta Matriz de Sabará Rvd.º Frei Theodoro Testa de Sta. Maria do Presepe (Santa Maria del Presepe, Nocera Inferiori, comuna da região de Campana, província de Salerno, Itália), de licença Parochial, baptizou solemnemente e pôs os Santos Oleos ao inn. Duarte f.º lem.º do Dr. Anastacio Symphronio de Abreu e sua m.er D. Anna Flavia de Abreu; netto pela parte paterna do Cap. José Gonçalves de Abreu e D. Roza Maria de São Felix e pela parte materna do Cel. Pedro Gomes Nogueira, já falecido, e Felicianna Roza Barbosa da Silva. Foram padrinhos Cap.m José Candido Dias Dinis da Freguesia de Contagem e D. Maria Flávia de Abreu (irmã de Duarte) por Procuração q. Da m.m. apresentou D. Felicianna Roza Barbosa da Silva nesta Parochia de que faço este assento. / O vigr.o Antonio Fermino de Sz. Roussim.”
(9) Manes, para os antigos romanos, eram as almas deificadas de ancestrais já falecidos; por extensão de sentido, as almas dos mortos.
(10) Referência a M. J. Pereira da Costa, tia de Anastácio Symphronio, como madrinha de um batizado − Centro de História da Família Filme 1252316, item 5, batismos em Sabará, Minas Gerais: “20 jan 1782, na Capela de Nossa Senhora da Solidade, filial da Matriz do Sabará, batismo de Josefa, innocente, filha legitima de Manoel Souza Carvalho e Isabel … Padrinhos: Francisco da Motta Cotta, por seu procurador Miguel Ignacio da Costa Marinho e Josefa Maria Gonçalves da Costa, filha do Tenente Coronel José Gonçalves de Abreu, todos desta freguesia. Nasceu em 18 dezembro.” / Obs. – Por lapso do escriba, o que era muito frequente, a grafia Josefa Maria parece estar equivocada, sendo Maria Josefa o nome correto, conforme escreveu Anastácio Symphronio. Corresponderia, hoje, a Maria José, que é a forma mais frequente.
(11) Arquivo da Cúria Metropolitana de Belo Horizonte − Óbitos em Santa Luzia (1825-1873), fl.19.
(12) Referência nos “Annales d’oculistique”, pelo dr. Florent Cunier, tomo XVI, Bruxelas, 1846, Boletim Bibliográfico, p. 62: “De Abreu (Anastasio Symphronio) – ‘Da syphilis e dos meios prophylacticos’, Rio de Janeiro, F. de Brito, 1845, 8º, pp. 24 (L’auteur s’occupe, en passant, des affections syphilitiques des yeux.)” [O autor se ocupa, sem entrar em detalhes, das afecções sifilíticas dos olhos.]
(13) PASSOS, Zoroastro Vianna − “Notícia histórica da Santa Casa de Sabará”, 1929, Imprensa Oficial de MG, Belo Horizonte, p. 140.
(14) REZENDE, Joffre M. de – “a sombra do plátano”, Editora UNIFESP, 2009.
(15) PASSOS, Zoroastro Vianna − “Notícia histórica da Santa Casa de Sabará”, 1929, Imprensa Oficial de MG, Belo Horizonte.
(16) PASSOS, Zoroastro Vianna − “Notícia histórica da Santa Casa de Sabará”, 1929, Imprensa Oficial de MG, Belo Horizonte, p. 149.
(17) Pronunciamento do deputado Anastácio Symphronio de Abreu, na Assembleia Legislativa Provincial.“… nos paizes civilizados […] existem preceitos hygienicos, que sao conhecidos debaixo do nome de hygiene publica; […] que entre nós as municipalidades tem como um dos seus primeiros deveres cuidarem da salubridade publica, e que em muitos logares […] como a cidade de Sabará, fazendo a carne base da alimentação, não podia a camara municipal […] olhar com indifferença o modo, deshumano e barbaro, a que erão expostas as rezes durante 8 dias.” Fonte: “Correio Official de Minas”, 1857, nº 64, p. 2.
(18) Arquivo da Cúria Metropolitana de Belo Horizonte, Matrimônios em Sabará / Raposos, p. 48. − Referências a parentesco e residência de Symphronio: casamento de Maria Leopoldina com José Pereira da Costa Junior. // Arquivo da Cúria Metropolitana de Belo Horizonte, Batismos em Sabará / Raposos, p. 87v − Referência a residência de Anastácio Symphronio: “Aos vinte e nove de Maio de mil oitocentos e cincoenta e seis, no oratorio particular, na Freguesia de Raposos, com a competente licença, padre Mestre Firmino de Souza Roussim baptizou e pôs os Santos oleos a Simphronio, innocente, filho legitimo do Doutor Anastacio Simphronio de Abreo e de Dona Anna Flavia…”
(19) Júlia Hypólita Pereira da Silva (nome de solteira) casou-se com o furriel José Pereira da Costa e tiveram os filhos: Maria Cláudia Pereira da Costa (bt 12.01.1830); Maria Elisa Pereira da Costa (bt 23.02.1832); Maria Sérgia Pereira da Costa (*20.02.1837 bt 24.04.1837 +02.10.1905); Maria Cândida Pereira da Costa (*??.04.1838 bt 29.08.1838 +05.08.1896); José Pereira da Costa Júnior (bt 12.11.1825) e Maria .?. (+15.11.1824).
(20) Fogo Pagou = Fogo Apagou: bairro no Arraial Velho de Sabará. Vem do nome de rolinhas, pássaros cujo canto onomatopeico tem a sonoridade de “fogo-pagou”.
(21) BURMEISTER, Hermann − “Viagem ao Brasil, através das províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais”, Editora Itatiaia, 1980, p. 251.
(22) Capela de Santa Rita: antigo templo em Sabará, que foi demolido. Vide registro de batismo de Duarte, na nota nº 8.
(23) NAVA, Pedro − ”Baú de ossos”, Ateliê Editorial / Editora Giordano, 2002, p. 268.
(24) Serviço Registral das Pessoas Naturais de Curvelo, Registros de Casamentos, livro B-02, fl.191 – “as cinco horas da tarde, do dia trinta de outubro de mil e novecentos, n’esta cidade de Curvello, em casa de residencia de Dona Maria Pereira da Costa (Maria Leopoldina da Conceição Abreu, quando solteira), avó materna da nubente n’este termo, presente o cidadão Francisco Innocencio Pereira, 3º Juiz de Paz em exercicio […] e as testemunhas Doutor Damazo José dos Santos (Brochado), Juiz de Direito e Osorio Canabrava, lavrador, receberam-se em matrimonio […] Alcibiades de Paula e Dona Virginia Vianna […] Elle […] negociante e filho legitimo do Capitão Evaristo Antonio de Paula e Dona Ritta Cassimira de Paula; Ella filha legitima do Major João Francisco de Assis Vianna e Dona Maria da Gloria Vianna (Maria da Gloria Pereira da Costa, quando solteira), falecidos e tutelada de seu cunhado Senhor Clarindo Jorge de Lima […] termo em que assignão-se todos. / Francisco Innocencio Pereira, Alcibiades de Paula, Virginia Vianna, Damaso J. dos Santos Brochado, Ozorio Canabrava, Elvira de Paula Canabrava, Maria Brochado, Clarindo Jorge de Lima, José Machado Barbosa, Tertuliano Penna, Ovídio F. Marques, A. Salvo, Domingos Canabrava, A. Penna, Alfredo Marques, Altino França Canabrava, .?. , José Ferreira Maia, U…scilino … Guimarães, Sinval Diniz, Nicodemos Canabrava, Pedro Augusto dos Santos, Tibúrcio Augusto Azevedo Vianna, Pedro Rates Vianna, João Marques, Pedro Netto, João Baptista Marques F…, Antonio Vicente de Souza Jor., Maria da Gloria Vianna, Guiomar Octalia Marques, Etelvina Canabrava, Maria Bella de Salvo, o escrivão Luiz da Paz.”